Motivo da demissão de Rodrigo Bocardi na Globo é revelado
O apresentador Rodrigo Bocardi foi demitido da Globo por "descumprir normas éticas"

Rodrigo Bocardi, após cerca de 25 anos de trabalho, foi desligado da Globo por descumprir normas éticas. Em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (30), a emissora afirmou que “não comenta decisões de compliance”. Bocardi apresentava o Bom Dia São Paulo, que será comandado interinamente pela jornalista Sabina Simonato.
O apresentador Rodrigo Bocardi foi demitido da Globo por "descumprir normas éticas". A princípio a empresa não especificou qual teria sido o descumprimento. Comunicado apenas informou que, "como é de conhecimento de todos, a empresa não comenta decisões de compliance".
O que compliance?
- Sistema estabelece normas e padrões de conduta. Ele garante que os colaboradores ajam conforme as diretrizes éticas da empresa, normas legais e regulatórias. "No caso de empresas jornalísticas, as regras de compliance costumam ser ainda mais rígidas, para preservar a credibilidade da informação", ressalta Márcia Prado, advogada trabalhista da TT&Co.
- Conflito de interesses é uma das principais violações de compliance no jornalismo. A ligação com partidos ou empresas pode comprometer a credibilidade da emissora. "Jornalistas devem manter independência total para garantir a isenção profissional", destaca Prado.
- Plágio e falta de atribuição correta das fontes também são infrações graves. Copiar conteúdo sem permissão pode configurar violação ética e prejudicar a credibilidade da empresa. "O respeito às normas éticas do jornalismo é essencial para garantir a confiança do público", diz a advogada.
- Outras infrações comuns incluem uso indevido de informações e manipulação de notícias. O ambiente corporativo não tolera desvio de conduta. "Além do conflito de interesses, violações éticas podem levar a demissões imediatas", acrescenta Antônio Carlos Morad, advogado especialista em governança corporativa e compliance e titular do escritório Morad Advocacia Empresarial.
- Demissão pode ocorrer com ou sem justa causa. No caso de justa causa, o funcionário perde direitos como aviso prévio e FGTS. "O fator determinante é a quebra de confiança", afirma Prado.
- Empresas como a Globo mantêm sigilo sobre as demissões para proteger sua imagem e a do funcionário. Revelar detalhes pode gerar processos e prejudicar a carreira do demitido.
- Há também obrigação legal de preservar a intimidade do trabalhador. A divulgação de informações pode ser interpretada como abuso. "Se exposta de maneira indevida, a empresa pode ser processada", alerta Morad.
É possível contestar a demissão
- O trabalhador pode recorrer à Justiça do Trabalho ou contestar internamente. Se for contratado como CLT, pode pedir reintegração ou indenização. "No caso de pessoa jurídica, a alternativa é buscar reparação por danos morais", diz Morad.
- A reversão da demissão é difícil, pois as investigações são rigorosas. Empresas costumam apurar os fatos antes de tomar a decisão. "Reverter uma decisão de compliance exige provas concretas", explica Prado.
- Transparência é a melhor estratégia para evitar conflitos. Profissionais da comunicação devem evitar envolvimentos que comprometam sua isenção. "Jornalistas precisam respeitar rigorosamente as diretrizes da empresa", afirma o advogado.
- Seguir boas práticas reduz os riscos de infração. Márcia Prado lista medidas essenciais: manter imparcialidade e evitar favorecer qualquer lado; checar a veracidade das informações antes da divulgação; evitar conflitos de interesse, incluindo postagens em redes sociais; não aceitar favores ou presentes de fontes.
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